segunda-feira, 26 de setembro de 2011

No Idea.


(00:23)
Acho que nunca tive tantas dificuldades para descrever um dia de actuação como estou a ter para descrever o de ontem (sábado). Não foi o melhor dia da minha vida, acho que todos os que viveram comigo aquelas intensas horas viram todos os meus traços e feitios. Viram-me chateada, contente, pensativa, divertida, nervosa, irritada, irrequieta, etc.
O Orfeão foi o último a actuar. Acho que todos nós sofremos bastante com isso porque poucos iriam ser os que ficariam até de madrugada para nos ver e também porque as horas de espera foram muitas e bastante dolorosas.
Engane-se quem pensa que chegámos lá e simplesmente dançámos. Para chegarmos onde chegámos tivemos árduas horas de ensaios, tivemos pisaduras e o corpo dorido, tivemos bastantes dores de cabeça, horas sem comer e dormir para estar a ensaiar para no final correr tudo como esperado.
A partir do momento em que entramos para os camarins foi como se eu tivesse entrado numa bolha, falava com toda a gente e ainda me diverti, mas havia alturas em que não ouvia nada, foi muito estranho, acho que era dos nervos.
Quando soubemos que íamos entrar em palco, todos nós ficamos em choque sem saber o que fazer, mas lá entramos. Vimos as nossas pequenas dançar e o nosso momento chegou, quando ouvi as primeira batidas e olhei para todos eles percebi que íamos mesmo rebentar com aquilo tudo. Neles vi energia, vi garra, vi expressão, vi feeling, vi tudo. Naqueles minutos vi neles o que nunca tinha visto antes. O nosso público, embora já estivesse em pequenas porções, foi o melhor público que podíamos ter pedido, ouvimos os aplausos, os gritos e os nossos nomes durante toda a actuação mas um dos melhores momentos foi sem dúvida o nosso grande final em conjunto com as pequenas, até aquele momento ninguém tinha feito nada igual e nós sentimos e ouvimos o público a vibrar connosco, nessa altura calhei de olhar para a Ângela, a nossa professora, aquela que tornou tudo aquilo possível e vi-a a sorrir. Esse sim, para mim foi o momento alto da actuação, isso sim deu gosto ver, aí sim deu ainda mais pica para dançar porque é para ela que nós dançamos, é graças a ela que tudo aquilo é possível e não há nada mais gratificante do que a ver feliz.

- NO IDEA !

2 comentários:

  1. Estava á espera deste texto. Sabia que tinha de escrever sobre aquele verdadeiro espectáculo.
    Já te disse o quanto eu gostei de vos ver naquela noite, o quão brilharam e chegaram ao coração do público.
    Mas tu especialmente dançaste melhor que nunca. Foi um enorme prazer ver-te arrebatar com aquele público.
    És a minha melhor bailarina do mundo, nunca te esqueças.
    Amo você.

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