dance #6.

Eu sei que começo a tornar-me repetitiva, mas a dança está a tornar-se, cada vez mais, uma paixão, sinceramente não sei como é que este sentimento ainda consegue crescer mais, eu pensava que já tinha chegado ao limite mas ao longo do tempo vou-me apercebendo que a cada passo que dou, a cada batida que ouço, a dança apodera-se do meu corpo e eu consigo dar mais e muito melhor de mim.

Tenho perfeita consciência que a Ângela (a minha monitora) é uma bailarina excelente, vejo nela uma grande pessoa e acima de tudo, uma valiosa amiga. Quando ela apareceu nas nossas vidas, quando entrou como monitora no nosso grupo, nunca pensei vir a dizer isto, pensei que nunca iria sentir tal coisa por outra pessoa para além da Mónica, mas a verdade é que eu fico fascinada com cada coreografia que ela faz, com cada música que escolhe e com cada ligação que ela arranja para fazer de tudo uma história, para que aqueles poucos minutos que estamos em cima do palco façam sentido, tenham um princípio, um meio e um fim.

Agora sinto ansiedade antes de cada ensaio, na minha cabeça tento imaginar o que iremos fazer no dia seguinte, tento imaginar como irá ficar o produto final e sei que nunca vou ter uma noção perfeita porque ela consegue sempre surpreender-nos até ao mais pequeno pormenor.

Era disto que eu precisava, precisava de um incentivo, de um objectivo na vida para conseguir seguir em frente sem ter a tendência de olhar para trás, o que está feito, está feito, não há nada que se possa mudar, tenho de olhar em frente, (tentar) traçar as linhas da minha vida para um dia ser o que sempre sonhei.

- a dança é ao que me vou 

dedicar a partir de agora.