quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Desabafos.



Ontem disseram-me algo deste género: “Oh .. o teu blog é diferente, escreves frases pequenas e isso.”
E agora eu digo: não, não é diferente. Está diferente. Ele nasceu com os meus grandes textos e não publicava nada que fosse assim muito pequeno porque (na minha inocência) achava que os grandes escritores escreviam grandes textos, mas estava enganada. Os grandes escritores escrevem qualquer coisa, em qualquer sítio.
Hoje vou voltar aos “velhos” tempos, mas com uma diferença, não vou ter um tema. Vou escrever apenas.
Acabei agora de ver um filme, uma biografia/documentário de um cantor que nem me diz praticamente nada, mas queria ver como era a vida de uma pessoa como ele. É verdade sim senhora, é um sonho, mas custa tanto como uma vida dita “normal”. É preciso esforço, dedicação, coragem, paciência mas acima de tudo é preciso saber sempre ter os pés na terra.
Vê-lo fez-me pensar em tanta coisa. Primeiro pensei na dança (como é óbvio) porque o vi em cima do palco, vi os fãs e vi também os bailarinos que o acompanham. Tentei imaginar-nos em cima de um palco daqueles, no Madison Square Garden. Vocês sabem que é para vocês que estou a falar. Imaginem-nos a todas num palco daqueles, num sítio como aqueles, numa cidade como aquela. Para algumas de nós, é um dos nossos maiores sonhos. Sei que sonhar não custa mas acreditar custa tão pouco como isso e eu acredito que iremos dar sempre o nosso máximo. Arrepio-me a “ver-nos” atrás de um palco daqueles, os nossos corações a quererem rebentar, a nossa pulsação a acelerar cada vez mais, os nervos, a pressão, ouvir as pessoas esperarem por nós, saber que estão ali por nossa causa. Subimos ao palco e parece que não temos ar para respirar, temos a sensação que queremos vomitar, que estamos aflitas para ir ao wc e quando ouvimos a primeira batida da música .. tchii, desaparece tudo, chegamos ao céu e é assim até ao final da coreografia, até ao final do espectáculo. As palmas? Essas são a melhor recompensa que um bailarino pode ter depois de tanto esforço e tanto suor. Não há nada mais gratificante para quem está em cima de um palco do que ver a plateia a sorrir e a aplaudir o mais que podem.
Sei que estou mais uma vez a sonhar e metade das pessoas não conseguem perceber o que eu sinto ao dizer isto, mas também conheço gente que se arrepia tanto ou mais que eu a imaginar uma coisa destas, que para muitos é apenas uma estupidez.
O que eu também vi nesse documentário foi toda a equipa que está por detrás dele. Vi uma família. Todos eles estão ali para o mesmo, todos eles se esforçam tanto quanto o cantor.
E o que é que isso me fez lembrar? As saudades que eu já tenho de passar mais de metade do meu dia com pessoas que já foram um tudo para mim. Durante mais de um ano eu convivi diariamente com colegas de turma que passaram a ser meus amigos e mesmo parecendo que não, isso marca a vida de uma pessoa e deixa saudades. Estava com eles das 8h até às 18h30 durante 5 de 7 dias que a semana tem. Durante um ano e tal isso é muito tempo. Eles conheceram-me do jeito que eu sempre fui, eles aceitaram-me e viveram comigo por quem eu sou. Eu lembro-me das nossas aulas, dos nossos intervalos e horas de almoço. Lembro-me da confiança que tínhamos em cada um de nós. Lembro-me de sermos unidos no que quer que fosse .. onde um ia, os outros iam atrás, nunca ficávamos sozinhos. Dessa convivência nasceram amizades que nunca imaginei ter. Nutri sentimentos por todos, mas todos eles diferentes. Cada um de vocês tinha o seu pormenor, cada um tinha o seu jeito de lidar comigo. Todos vocês me reconfortavam, todos vocês se preocupavam. Viram o melhor e o pior de mim. Viram-me de rastos e são especialmente essas alturas que me ficam gravadas no coração. Não há uma única vez que eu me lembre de ter ficado sozinha. Havia sempre algum de vocês (quando não eram todos) que vinha ter comigo, ouvia tudo o que tinha para dizer, dizia-me tudo o que eu tinha de ouvir e no fim reconfortava-me e eu sentia que aquilo eram amigos asério. Mas como tudo, teve um fim. O 12º ano acabou e pelos vistos acabou tudo, e eu acredito que tudo tem um motivo de ser e acontecer, e se assim o foi, é porque assim tinha de ser.
Bem, e vendo tudo o que eu já escrevi, parece que voltei aos bons velhos tempos. Não me quero alongar mais porque torna-se cansativo tanto para vocês, como para mim. Tudo o que escrevi aqui hoje (como sempre) saiu-me do coração e foi o mais sincero possível. Achem o que acharem, digam o que disserem, é isto que eu sinto e ninguém vai conseguir mudar isso.


- peace & love.

1 comentário:

Diz o que te vai na cabeça, e talvez no coração, não sou apenas eu que posso deixar "bocados" de mim neste blog, tu também podes.