domingo, 7 de agosto de 2011

vidas possíveis XIII.


O telemóvel dele toca, ele atende e afasta-se de mim. Quem seria para eu não poder ouvir a conversa? Seria a ex-namorada dele? Os pais?
Ele volta para a minha beira.
R: Que cara é essa?
P: Promete que não ficas chateada.
R: Eu sabia, era ela não era? Pediu-te para voltarem e tu aceitas-te, não foi?
P: Achas que sim? Depois de te ter pedido em namoro?
R: Então o que é que ela queria?
P: Não era ela.
Uma lágrima escorreu no seu rosto.
R: Amor, o que é que se passa?
P: A minha mãe ligou-me..
R: E o que disse?
P: A minha avó que vive no Brasil está muito mal.
R: Oh amor tem calma, ela vai ficar boa.
Tentei abraçá-lo mas ele não deixou.
P: Vou ter de ir para lá até ela melhorar.
R: Para lá? Para o Brasil?
P: Sim.
R: Não, isso é mentira. Tu não podes ir, não agora.
P: Eu também não te quero deixar aqui, mas não tenho opção. Parto amanhã.
R: Amanhã Pedro? Não podes ir assim. Não me podes abandonar logo agora. Eu confiei em ti, coisa que nunca fiz com nenhum rapaz.
Ele agarrou no meu rosto.
P: Eu não te vou desiludir Nata. Eu não te vou abandonar. Eu vou estar sempre contigo, mas a minha avó precisa de nós agora.
R: Também eu Pedro, por favor não vás.
Foi mais forte que eu, não consegui evitar e comecei a chorar. Eu sabia que ele não tinha culpa, sabia que estava a ser egoísta mas estava tudo a correr tão bem, não podia acabar assim.
P: Isto não vai acabar aqui, eu vou voltar, prometo-te.
R: E as nossas férias?
P: Vão ter de esperar, mas ainda vão acontecer.
Ele abraçou-me com muita força e assim ficamos. Não o queria largar, não o queria deixar ir porque podia não o voltar a ver.
P: Vais ficar com este colar e a chave da cabana e vais-me prometer que aqui vens sempre que te sentires sozinha, está bem?
R: Então vou cá ficar até tu voltares.
P: Não estejas assim, ela vai melhorar rápido e eu volto logo para ti.
R: Vou rezar para que isso aconteça.
P: Vá, eu tenho de ir, anda que eu levo-te a casa amorzinho.
R: Não, eu não posso chegar assim a casa. O meu irmão vem-me buscar.
P: Ui, ele vai-me matar.
R: Eu não vou deixar.
P: Oh que linda, obrigada amor.
R: Não asério, ele se me vê assim é bem capaz de se atirar a ti.
P: Boa maneira de o conhecer.
Abracei-o mais uma vez. Liguei para o meu irmão e fomos para a beira da estrada.
R: Promete que voltas para mim.
P: Prometo amor.
O meu irmão chega, sai do carro e agarrou o Pedro pela camisola.
R: Tiago larga-o, não foi ele.
T: De certeza?
R: Sim, larga-o.
Largou-o e abraçou-se a mim.
T: Vamos embora princesa.
R: Deixa-me despedir dele.
P: Amor, eu vou carregar o telemóvel, quando puder vou à net e prometo que falo todos os dias contigo. Por favor não estejas assim, eu quero-te ver bem, afinal este é o nosso primeiro dia de namoro. Anima-te vá.
R: Eu prometo que vou esperar por ti e nunca vou duvidar da tua palavra, amo-te muito.
Entrei no carro e viemos embora, vê-lo a ficar para trás foi horrível, nunca pensei sentir um aperto tão grande no meu corpo.
T: Renata, para onde vamos?
R: Qualquer lado, menos para casa.
T: Sabes que me tens aqui para tudo?
R: Sei Tiago, obrigada. És o melhor irmão do mundo.
T: E tu és a minha princesa, nunca te vou abandonar.

1 comentário:

  1. Não existem histórias de amor sem um bocadinho de drama. :s
    Tem sempre de acontecer alguma coisa.

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